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A COISA 

2019

Projeto para oficina "Habitar a Transição" em FAUP (Faculdade de Arquitetura do Porto, Portugal)

Equipe: Bruna Lélis (FAUP), Isadora dos Anjos (FAUP), Júlia de Queiroz (PUC-Rio), Luísa Valverde (FAUP), Maria Clara Nunes (FAUP), Matheus Pimenta (FAUP), Rhalison Nóbrega (FAUP)

Pouco adentro de nossa pesquisa descobrimos um dado que nos chocou: 85% do que é construído no Brasil não passa pelas mãos de arquitetos ou engenheiros. 

Essa estatística nos fez indagar a própria natureza da nossa profissão: pra quem a gente constrói? Será que fazemos “cidade” realmente? Percebemos que onde nossos dedos trabalham nem sempre é onde mais podemos fazer parte. A questão, no entanto, é: a cidade está sendo construída constantemente, mesmo que empurrada. 

O direito à cidade em tese pertence a todos, mas as rupturas nas redes que a formam levam a áreas inteiras esquecidas  e renegadas, sejam favelas ou construções como os galpões propostos. Nesses espaços vagos a construção do urbano será fruto de uma espontaneidade criadora e em resposta ao necessário. Faz-se o possível ali sem a entrega de infraestruturas de direito, como água, energia, gás ou internet. 

Por isso, nossa proposta parte da chegada desse núcleo (infraestrutura) com liberdade para o invólucro (habitar) que dele partirá. 

Marcamos visual e fisicamente essa presença da cidade com pilaretes infraestruturais, vermelhos de protesto, dos quais sairão canos, wireless, bebedouros, luz e toda a base para uma habitação digna. Com o tempo, outros pilaretes virão, a rede se expandirá, crescerá, como qualquer cidade, para além dos limites do galpão onde começou. A transição entre o que era antes esquecido e agora é parte será vista.

Amorfa e indefinidamente, a coisa vira cidade. 

julia.queica@gmail.com | +55 21 981686138

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